Muito já se escreveu sobre a Amazônia, mas não há um estudo atualizado e perspicaz sobre a relação, que existe desde tempos imemoriais, entre os indígenas que habitam a maior floresta tropical do mundo e o universo ainda desconhecido da flora amazônica.
Seguindo os passos dos povos Noke Koî e Yawanawa, que habitam na região do mítico rio Juruá, o autor conecta as ontologias encontradas nas aldeias, as tradições dos seus antepassados e as práticas xamânicas ainda hoje fortemente presentes. Após a elucidação do papel das plantas na vida de ambas etnias, encontramos a fascinante história e os aspectos sociológicos do movimento de revitalização cultural.
Ayahuasca e tabaco são proeminentes protagonistas do dinamismo cultural indígena e das alianças com segmentos das sociedades ocidentais, marcadas por símbolos e cosmovisões que delineiam um espaço ritual dialético e genuíno.
Não se trata de um guia da história e mitologia do território amazônico, que se dobra sob o peso das suas diferentes interpretações. Também não se trata de um trabalho de pesquisa hermético, emaranhado em terminologias especializadas, destinado a um público restrito.
A intenção deste livro é inverter perspectivas e dar prioridade ao mundo ainda silencioso e desconhecido das plantas - especialmente aquelas que compõem a poção ritualística e mística conhecida como Ayahuasca. Neste intricado entrelaçar de humanos e plantas, uma complexa teia se forma, unindo a floresta e o mundo.