Livro reúne textos em que Gabriel Chalita lança seu olhar sensível e poético sobre as questões cotidianas
O cotidiano, naquilo que tem de corriqueiro e grandioso, é o chão em que todos pisamos, não importa o que nos aconteça. Dia após dia, sabemos de alguém que se vai, de um amor que retorna, de uma decepção que chega, de uma doença superada. Jovens ou velhos, ricos ou pobres, homens ou mulheres, somos os protagonistas das crônicas aqui reunidas. Sim, protagonistas, pois com Gabriel Chalita descobrimos, em histórias que não são as nossas, os resíduos, ou os índices, daquilo que já vivemos ou poderemos, um dia, viver. No livro Entregador de sentimentos, Chalita reúne dezenas de textos que rompem a fronteira entre realidade e ficção, entre relato e literatura. Prepare-se para aprender com um grande mestre nesta que é a maior das escolas: a vida.
O denominador comum que nos une a personagens reais e retrabalhados pela escrita de Gabriel Chalita é a humanidade que partilhamos. Ela é a condição incontornável, o território que nos aproxima de gente como o menino Eduardo, que se mantém forte, mesmo lutando contra um câncer, a ¬m de proteger a mãe; de seu João, que com toda a idade espanta a tristeza e a saudade do passado com histórias contadas às crianças; ou mesmo de um simples carteiro, o Entregador de sentimentos que dá título a este volume: apaixonado pelo próprio ofício, sabe que o tempo, precioso, deve ser "preservado para aquilo que nos une", e que é imprescindível, para bem viver, ouvir com paciência e atenção "a canção demorada do pensamento". São muitas as lições aqui contidas, e cada um dos personagens dessas crônicas é um professor ou uma professora que nos ensina a olhar para os outros e ouvir suas histórias como se fossem nossas, com a atenção de quem se observa no espelho ao começar o dia.