Estudo realizado em 2017 pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) situou o Brasil em penúltimo lugar, entre os 36 países analisados. No ranking da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o Brasil figura em 88º lugar em uma lista de 127 países. Posições vexatórias que comprovam o que ninguém ignora: a educação é o mais grave e urgente problema nacional, porque a solução de todos os demais passa forçosamente pela melhoria da qualidade do ensino.
Educador formado e aprimorado na ação política e pedagógica concreta - trabalhou 20 anos em educação popular, cinco anos em uma favela de Vitória e 15 em São Paulo, no Cepis (Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientae) -, Frei Betto se inscreve entre os grandes pensadores da educação no Brasil, como Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, Lourenço Filho, Lauro de Oliveira Lima, Rubem Alves, Celso Furtado e Fernando de Azevedo. Com Paulo Freire e o jornalista Ricardo Kotscho como mediador, assinou, na década de 1980, Essa escola chamada vida, livro consagrado como um clássico do gênero e "obra de grande relevância para quem deseja compreender o processo de elaboração do referencial da educação popular no Brasil", segundo as professoras Jacqueline Ventura e Ana Paula Moura.
Por uma educação crítica e participativa retoma as questões levantadas no diálogo com Paulo Freire e as expande e atualiza, para englobar, entre outros, os novos desafios representados pela televisão, internet, pelas tecnologias digitais e redes sociais. Frei Betto busca incorporar essas inovações ao processo educativo ao partir da premissa de que a escola não deve apenas formar mão de obra qualificada e sim pessoas felizes, pois "saber educar é saber amar".